segunda-feira, 21 de março de 2011

TRAVESSIA DO MARÃO 2011 - Uma viagem pelo "Reino Maravilhoso"


FOTOGRAFIA 9. Topo da serra do Marão. [19-03-2011]
     A serra do Marão é uma formação montanhosa  (FOTOGRAFIA 9), constituída essencialmente por xisto e granito, que se ergue a 1415 metros de altitude, apresentando-se como a sexta maior elevação de Portugal continental. Esta barreira natural separa os territórios do Douro Litoral dos de Trás-os-Montes, e durante muitos anos impediu a normal deslocação de bens e pessoas, tendo com isso atrasado o desenvolvimento das populações a este. As faldas da Serra são pontuadas por pequenas povoações, as quais conseguiram tornar fértil o terreno agreste.
      Do alto das suas cristas graníticas, a serra ergue-se imponente e majestosa, transmitindo uma sensação de pequenez a quem por lá passa. É sem dúvida..."um Reino Maravilhoso"

"Sente-se um calafrio. A vista alarga-se de ânsia e de assombro. Que penedo falou? Que terror respeitoso se apodera de nós? Mas de nada vale interrogar o grande oceano megalítico, porque o nume invisível ordena:
- Entre!
A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso."
Miguel Torga

FOTOGRAFIA 10. Chorida. [19-03-2011]
       A manhã acordou soalheira, a temperatura amena e o céu limpo convidavam ao passeio. O percurso começou logo no princípio da EN 101, que liga as cidades de Amarante e Régua. Quem conhece o trajecto sabe que se trata de uma subida longa, de aproximadamente 13 quilómetros, em alcatrão. Esta primeira parte do percurso demorou cerca de uma hora a fazer e terminou com uma viragem à esquerda no alto de Quintela e que nos levou a entrar em estradões de terra batida e caminhos de pedra partida. Estes estradões, utilizados para aceder aos parques eólicos, permitiram-nos manter um ritmo constante sem grandes dificuldades, apenas o sol começava a "queimar". Avançamos em direcção ao topo alcançando pelo caminho dois marcos geodésicos: Chorida, (FOTOGRAFIA 10) a 1088,49m de altitude, e Penedo Ruivo (FOTOGRAFIA 13), a 1233,18m de altitude. A conquista de marcos geodésicos, como poderão ler em breve, é umas das aventuras preferidas da equipa.
       Fomos avançando, comtemplando a paisagem fenomenal da serra, chegando mesmo a parar por causa de um (enorme) rebanho de cabras  (FOTOGRAFIA 11).  

FOTOGRAFIA 11. Cabras a pastar em pleno coração do Marão. [19-03-2011]

FOTOGRAFIA 12. Paragem para almoço. [19-03-2011]
      Antes da chegada ao topo, tempo para um almoço leve e rápido e para umas fotografias parorâmicas, com o maciço central como pano de fundo (FOTOGRAFIA 12).
 
FOTOGRAFIA 13. Penedo Ruivo. [19-03-2011]















     Terminado o petisco prosseguimos em direcção ao ponto mais alto alcançando o segundo marco geodésico (FOTOGRAFIA 13). O topo foi alcançado já perto do do meio-dia, o que nos deu tempo suficiente para comtemplar a paisagem que rodeia este colosso (FOTOGRAFIA 14). É de facto um reino maravilhoso este que rodeia a Senhora da Serra e só é de lamentar que as linhas de cumeada estejam cravejadas de aerogeradores e que no topo da serra estejam plantadas as antenas de transmissão rádio.

FOTOGRAFIA 14. Vista da encosta oeste, apartir do ponto mais alto da Serra do Marão. [19-03-2011]

FOTOGRAFIA 15. Vértices geodésicos. [19-03-2011]
       O topo da serra é assinalado por três vértices geodésicos de 1ª ordem, sendo que o ponto máximo 1415 metros é assinalado por um marco com forma de pirâmide (FOTOGRAFIA 15).  Após um breve descanso para comtemplação e congratulação pelo feito alcançado, restava apenas descer a serra. O troço que nos esperava até à estrada nacional, com cerca de 5 quilómetros,  é a típica estrada de montanha, muito contorcida e em estado de conservação duvidoso. Contudo, a paisagem circundante e a adrenalina da descida, foi nesta parte do percurso que se atingiu a velocidade máxima, cerca de 71 km/h, tornaram tudo insignificante (FOTOGRAFIA 16).  O retorno pela EN 15 foi feito em ritmo acelerado até à pousada do Marão, altura em que cruzamos a IP4 e seguimos em direcção a um local chamado lameiras. Esta sequência do percurso era toda em estradões de pedra partida que dificultaram um pouco mais a pedalada.

FOTOGRAFIA 16. Encosta oeste da Serra do Marão. [19-03-2011]

       Chegados às lameiras, tomamos a direcção de uma antiga exploração mineira, onde se extraía estanho, e da qual já só restam habitações abandonadas. Deste ponto em diante o trajecto foi, quase sempre, a descer (FOTOGRAFIA 17.) até à localidade de Aboboreira (caracterizada por uma curva em U da IP4).

FOTOGRAFIA 17. Vista sobre a localidade de Aboboreira. [19-03-2011]

       O percurso terminou próximo do ponto onde tinha começado ao fim de, sensivelmente, 4 horas. Foram cerca de 54 quilómetros, por uma das mais magníficas serras de Portugal, que nos levou a 1400 metros de altitude (GRÁFICO 1), permitiu contactar com a natureza e testar os nossos limites. Mais uma rota inesquecível da equipa Mem Gundar BTT.

GRÁFICO 1. Perfil de altimetria da rota de 19 de Março.

Cumprimentos,
Equipa Mem Gundar BTT